Olha uma foto e treme.
Eu não estou mais lá, eu não estou mais lá.
Eu deveria estar nas páginas amarelas.
Eu deveria estar sentada nos bancos das praças dando inveja aos sem ninguém.
Eu sou sem ninguém, eu sou ninguém.
Não significo.
E eu continuo olhando as fotos.
Eu cavo meu poço.
Eu vou cada vez mais fundo.
Desta vez não é nada, desta vez não é nada.
Roubando doces de mim mesma.
Sou vítima e ré.
O pior que poderia acontecer a mim mesma.
Vou, não vou.
Pensa no divertimento, pensa no dano, pensa.
Eu escuto, eu penso, mas nada entra.
O vazio é sempre maior do que qualquer coisa.
Como se nada tapasse o buraco.
O buraco.
Cada vez mais fundo.
Meu poço.
Hipocrisia, hipocrisia.
É quando você ama, mas diz que não, não,não, são só casualidades.
Não é nada.
Eu superei essa fase, eu fechei o ciclo.
Ciclo.
Ela ainda é, ela não mais é, ela foi.
E as palavras estão correndo na minha frente.
Alcanço?
Surgem, surgem, surgem.
Oi.
Se ela estivesse aqui estaríamos dando ordem às palavrinhas.
Ela e minha decadência.
Ela é a.
A ordem e o caos do mundo.
Do meu.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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Um comentário:
Adorei esse vermelhão do blog! É uma coisa quente ou dolorida, depende do texto. Ao ler esse poema foi dolorido. Falando nisso, ótimo poema, daqueles para serem lidos em voz alta pra todo mundo ouvir...
;*
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