terça-feira, 28 de abril de 2009

Alice, não a vejo há 10 anos.

Teria suspirado, teria morrido. Acreditava nas coisas. Lia Morangos Mofados. Piadas tão intrínsecas que viram citações, que viram problemas. Viu a casa ser destruída e riu. Porque ri, Alice? Porque eu acreditava que ela era forte o bastante, quem diria?

Tinha um amigo, tão grande e importante que sumiu, um dia estava e no outro não mais. Sofreu como se fosse a perda de um órgão competente, achou outro cabeleireiro.

Quer umbanda, quer budismo, quer ser pobre. Pode você ser pobre, Alice?

Imagina que faz, não fala, imagina, se imagina dentro de uma caixa, aí então a caixa some, aí então ela some também, porque Alice sabe quando não está existindo.

Tem seus santos, tem seus chás, tem suas bolhas coloridas de magma pré-industrial. Sabe das grandes massas, escolhe suas regras e as quebra, sabe, sabe. Alice sempre sabe.

Dedos, trança os dedos, pura ansiedade saindo pelos dedos, ela não gosta, não gosta de você, ela imagina o tédio grande e perturbador e se percebe como gente, se assusta com os olhos, se assusta com os sons, ela tinha medo de existir. Pobre Alicinha, existe sim, existe.

Não sabe o que quer, não sabe, só flutua existindo e ouvindo. Bem quietinha ouvindo tudo feito gato.

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